O Povo é quem mais ordena. Não me oponho a isso. Já conheço o Fábio Paixão da Silva há uns tempos. Mas nunca nos tinhamos cruzamos pessoalmente, até hoje. E durante um desafio cibernético decidi passar passar para a acção. Fui até ao Povo, situado no coração do Cais do Sodré. Um dos sítios modernos da cidade de Lisboa. Uma viagem que vale a pena. Visitar este Chef é como cair nas malhas da nossa memória. Pratos simples que nos deixam pendurados naquilo que vivemos. E saltar para dentro deste texto é como provar um pouco do que senti.
Estilo descontraído e sem demasiadas coisa para perturbar. O “Povo” é um daqueles restaurantes despretensiosos. Onde reina a descoberta de sabores clássicos. Bem dito seja este Chef que não aposta nas Vieiras nem no Risotto como pontos fortes da carta. E que concentra a sua oferta nos clássicos do nosso país. O que importa é o produto. E não o estragar quando o cozinhamos. Seja louvado o Deus dos Tachos!
Identfico-me com esta linha de pensamento e com esta cozinha. Temos de ter sabor. Acima de tudo sabor. E no “Povo” temos isso. Bons ingredientes tratados como manda a lei. A carta é um reflexo do que vos conto. Recomendo as bolas de alheira ou os pasteis de bacalhau. De textura perfeita e de sabor bem pronunciado . Aqui comemos comida. Tal e qual.
Podia escrever centenas de adjectivos bons para o Povo. Mas apenas me sai a ideia de repetir a dose. Seja ela qual for. Não basta a um sitio ser “trendy” mas também tem de o mostrar. Aqui posso sentir-me bem entre amigos. Risos e copos podem fluir com aquilo que a vontade ditar. Não temos de ser fashion para nos sentirmos em casa.
Gosto do Fábio porque me identifico com ele. Essa afinidade de quem tenta fazer o mesmo. Não tenho de me sentir mal ao pronunciar este amor. Gosto de comida simples, mas bem feita. E aqui tenho isso. Com o bónus de ele ser uma pessoa fantástica e de fácil acesso.
Gostar de comer é gostar de pessoas. Principalmente se elas cozinham bem. E o Povo tem isso. Sem ter demasiados efeitos especiais. Não coloquei aqui nenhuma foto dele porque têm de lá ir conhecer o senhor por detrás dos tachos.
O Cais do Sodré é uma espécie de Lego. Temos de tudo um pouco, e umas coisas encaixam mais do que as outras. Mas também percebo que existe um cantinho lá que me desperta os sentidos. Porque um foodie não é de ferro, e nada como um bom atum braseado para nos deixar felizes. Sai mais uma imperial “Sefachavor”.
Restaurante O Povo
Rua Nova do Carvalho 32-36, Lisboa